quinta-feira, 13 de maio de 2010

Desagregamento


(Ouvindo The Strokes, You Only Live Once)

Por trás dos vinte jeitos de se ver o mundo e de começar uma briga, das mil maneiras de agradar um homem - ainda que nenhuma requeira planos - existe o cotidiano. As pessoas circulam por entre os carros, minha mão acaba sendo arranhada por garras de um gato que não teve as unhas cortadas, o tempo voa. A rotina me dignifica, dá um papel pro corpo no meio. E quem me molda? Aquilo que faz feliz é parte do ritual social? Por que não comer biscoito recheado no almoço? Tento não saudar o positivismo: O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim. Fujo então das doutrinas filosóficas, sociológicas e políticas. Sem apologia ao anarquismo, e cheia do sangue adolescente. O rock and roll abre os poros. Vinte e nove atributos, eles só gostam de sete. Eu quero a nostagia de quem se aliena do cabresto de bois marcados. De quem dá beijos sujos de macarrão. Outra vez lunática, que seja. Cada um constrói seu pequeno cometa. Alguns esperam uns 76 anos da órbita, outros se agarram à cauda cheia de poeira cósmica. Porque sou verdadeira me bote sentada ali, me cale. Procrastine. Vamos beber, vamos ler Bocage que já Bocage não é, vamos ouvir solos pesados de guitarra. Montamos num cometa à nossa cama. Há toda uma aura estelar. Há o toque. Há um dia de cada vez.

Nenhum comentário:

Postar um comentário